19/11/08

Cristo-Rei (1)

Imagem de um santo dominicano, possivelmente S. Gonçalo de Amarante (falta-lhe o atributo, na mão direita, um bordão), venerada como S. Domingos
[fr. António-José D.' Almeida (Viseu) op]

Capela do Centro Paroquial de Cristo-Rei, Porto

10/11/08

Fontelo




Capela de S. Domingos (Século XII), Fontelo, concelho de Armamar

«O Rei D. Afonso V e sua mulher D. Isabel andavam desolados porque os anos iam passando sem conseguirem ter um filho para lhes suceder no trono de Portugal.
Tendo tomado conhecimento que no cimo do Monte Fontelo, em Queimada, Armamar, havia uma capela dedicada a S. Domingos de Gusmão, centro de grande devoção popular, resolveram ir lá em peregrinação pedir a graça que desejavam. Foram ouvidos, pois em 16 de Fevereiro de 1452 nascia uma linda menina a quem puseram o nome de Joana. Aos oito dias foi solenemente baptizada com grande regozijo, e no paço real lhe foi religiosamente jurada fidelidade por todos os vassalos da pequenina herdeira ao trono de Portugal.
Daí a três anos, nascia um filho varão, o futuro D. João II, e Joana perdia assim o direito ao trono, a favor do seu irmão por ser filho varão.
Pouco tempo depois morre em Évora a rainha, e o rei D. Afonso procurou entre as damas da corte uma a quem pudesse entregar confiadamente os seus filhos para serem educados nas mais profundas virtudes humanas e cristãs.
Caiu a escolha em D. Beatriz, filha de D. Pedro de Meneses, senhora exemplar que formou estas duas crianças no temor de Deus e na atenção aos necessitados. Joana sentia-se chamada a uma grande intimidade com Deus, e, por amor dele, por baixo dos seus trajes reais usava cilício para se mortificar e durante a noite passava horas a meditar na Paixão e Morte do Senhor; de tal modo era a sua devoção à Paixão de Cristo, que, quando o rei, seu pai, lhe pergunta qual o brasão que desejava introduzir no seu escudo, ela respondeu: «A Santa Coroa de Espinhos de Nosso Senhor Jesus Cristo»; e assim se fez, respeitando-se a sua vontade.
Na Quinta-Feira Santa o seu escudeiro e confidente introduzia secretamente no palácio doze mulheres a quem Joana lavava e beijava os pés, imitando o que o Senhor fez aos seus Apóstolos, e entregava-lhes avultados donativos.
Seu irmão D. João, depois de várias tentativas falhadas de lhe arranjar casamento, porque entretanto os pretendentes morriam, reconheceu a santidade da sua irmã e não voltou a importuná-la. Assim ela pôde dedicar-se inteiramente ao seu único Senhor a quem tinha entregue, há muito, todo o seu coração, dando às outras religiosas um exemplo de vida humilde e santa. Aquela que tinha sido concebida por intercessão de S. Domingos de Gusmão, aos seus filhos havia de pertencer até ao fim da sua vida, tornando-se uma das suas glórias de santidade.
Faleceu santamente aos 38 anos de idade no seu Mosteiro de Aveiro, em 1490, depois de uma vida humilde e penitente, como fica dito, pela conversão dos pecadores e resgate dos cristãos cativos dos mouros em África. O papa Inocêncio XII confirmou o seu culto imemorial em 31 de Dezembro de 1692.»

05/11/08

S. Gonçalo em Sta. Clara, Porto

S. Domingos em Sta. Clara, Porto

Livro Dominicano Português do séc XVI em Paris

A BnF (Biblioteca nacional de França) guarda um exemplar do Flos Sanctorum de Fr. Diogo do Rosário editado em 1577, que provém da Biblioteca do Convento dominicano da Anunciação em Santo Honorato, Paris, onde entrou em 11 de Julho de 1672.